Uma das atividades mais buscadas para os jovens atletas são as seletivas de futebol, mais conhecidas como “peneiras”. Além de ansiosamente aguardadas, podemos afirmar que igualmente são temidas. E isso tem o porque. Segundo dados estatísticos, a cada 3000 mil prospectos ao futebol, 1 só, é isso mesmo, 1 só chegará a condição de atleta profissional.
Muito disso se deve aos processos de formação e desenvolvimento dos jovens atletas. Felizmente, apesar de termos muito ainda a fazer, vislumbramos um presente e futuro animadores a medidas que, de uns anos para cá, mais e mais clubes tem recorrido a contratação de coordenadores técnicos e metodológicos para lastrear esse processo.Por outro lado, uma área ainda muito carente é a da captação de jovens promissores. Sejam nos processos internos promovidos pela própria instituição, seja nos processos externos organizados por terceiros, afim de “revelar” o maior número possível de jovens talentosos e promissores.Nesse quesito ainda somos expostos a iniciativas personalistas, unilaterais, limitadas e insuficientes.
Ou naquele exato momento um prospecto realiza alguma jogada de efeito, ou faz um gol, ou é provido de um atleticismo acima da média, ou muito provavelmente, será preterido do processo avaliativo. E onde reside o maior erro disso? Exatamente na ausência de marcadores bem definidos daquilo que se está observando e procurando. Esses marcadores permitem não só a leitura mais precisa daquilo que se está monitorando, como abre o leque de possibilidades para uma avaliação e aproveitamento abrangentes, qualitativo e quantitativo dos jovens promissores.
Uma das vertentes mais importantes e mais negligenciadas são as relacionadas a questões cognitivas. A tal inteligência especifica de jogo. A mesma que conduz o atleta a ter uma apurada leitura de jogo e uma efetiva tomada de decisão. Para isso existe no mercado, ao nosso acesso, testes validados que aferem essas variáveis, como também, métodos de treino para potencializa-las.Não podemos nos assentar no argumento que o talento nasce pronto, que tudo é inato, exatamente porque existem um número amplo de variáveis que influenciam diretamente no rendimento. Ainda que o talento tenha sua diretriz inata, o desenvolvimento, aprimoramento e maestria virá ao longo de situações adquiridas.
A medida que um processo mais bem elaborado for introduzido por clubes e escolas esportivas, avaliadores e técnicos, gestores e empreendedores, menos veremos pessoas reclamando, em situações de jogo competitivo, que os atletas só não foram melhores por causa de equívocos na tomada de decisão.
Cabe a todos nós, envolvidos com o futebol, promovermos métodos e avaliações para o melhor aproveitamento dos jovens que dia a dia correm os campos em todo nosso país.
Somente assim as estatísticas poderão mudar, menos talento será desperdiçado e mais oportunidades serão criadas.
Afinal, Esse é o nosso jogo!