Sobre Futebol… (parte 2)
O jogador do futuro é aquele que desenvolve a capacidade de leitura de jogo e tomada assertiva de decisão
Na parte 1 vimos que o futebol que tanto amamos passou ao longo da sua historia, no Brasil, por algumas tendências. O que no início teve a grande atenção voltada a questão técnica do jogador, passou para a evolução dos aspectos do rendimento atlético e das capacidades físicas e, culminou, numa realidade mais presente, nas elaborações predominantemente estratégicas. De igual maneira os métodos de treino que demasiadamente eram de característica analítica, aos poucos foi migrando a orientação integrada, com a utilização de bola em todos os momentos, e por fim, inclinou-se, como vemos hoje a métodos sistêmicos, onde a especificidade do jogo deve ser explorada a todos instantes. Ou seja, é jogando que se prepara para o… jogo. Aqui nessa segunda parte, pretendemos caminhar mais um pouquinho, pois como tudo na vida é dinâmico, também os métodos de compreensão e desenvolvimento no futebol, treino e jogo, passam por adaptações.
Muito recorrente nos dias de hoje é o pensamento que o futebol passa por uma transformação, que vai muito além da mera repetição do gesto motor, ou da orientação dos comportamentos dos atletas na direção do aspecto coletivo. Além inclusive, da capacidade estratégica, nesse tabuleiro intrincado, sofisticado e dinâmico que é um jogo de futebol. E que transformação é essa?
Durante um encontro recente para técnicos de todo o Brasil promovido pela CBF Academy, o ex-treinador e atual chefe de desenvolvimento global do futebol da FIFA, Arsène Wenger, deu indícios daquilo que aqui chamamos de O jogador do futuro.
Segundo Wenger, os pilares técnico, físico e táticos no futebol são imprescindíveis e devem ter muito bom desenvolvimento na infância e adolescência. Porém num mundo cada vez mais globalizado e protetor, precisamos desenvolver a autonomia e a tomada de decisão dos nosso jovens. Para isso, cada vez mais temos que olhar para as questões do entendimento do jogo, ou como queiram, a cognição. Esses futuros jogadores precisam pensar o jogo, observar o jogo, julgar o jogo, antever o jogo, selecionar o jogo e, portanto, decidir, em ações, de preferência, intensas e no menor tempo possível, o que fazer com o jo go.
Então podemos dizer que o Jogador do futuro é aquele que, além da habilidade técnica, da imposição física e da organização estratégica coletiva, desenvolve a capacidade de leitura de jogo, espaço, tempo, adversário e situação, e toma a mais assertiva decisão.
Constantemente vamos nos referir aqui ao jogador do futuro como o jogador inteligente, inteligência essa adquirida e desenvolvida ao longo da sequencia de treinos, com estímulos corretos, desafiadores e instigantes, onde o jogador não só adquire a inteligência de jogo, mas ao longo do processo também, através da autonomia adquirida, obtém o protagonismo desejado.
Quer saber como podemos desenvolver esse processo de aquisição da melhor leitura de jogo, tomada de decisão e tornar-se um jogador inteligente? Continue nos acompanhando. Aqui na área temática sempre traremos novos conceitos, explicativos, científicos, mas com toda a bagagem de longos anos no futebol de alto rendimento, onde tantos atletas atingiram o sucesso e tantos títulos conquistamos juntos.
Essa é a nossa comunidade. Aqui crescemos juntos, desenvolvendo talentos, com uma mente positiva e compartilhando sonhos. Afinal, Esse é o nosso jogo. Até breve!
